Quem aí não gosta de música, não é mesmo? Esse é, com certeza, um
assunto que desperta o interesse e os ouvidos de todos. Pois, então, esse é o
tema do post de hoje!
A reportagem, retirada do site da
revista Nova Escola, aborda o tema, seu impacto em sala de aula e a resposta
dos alunos á música.
"Ao ouvir as músicas de Adoniran Barbosa, as crianças identificaram os elementos que as compõem, como os refrões e a introdução." |
"A vitrola foi bastante usada
nas aulas de Música da Escola Jacarandá, na capital paulista. Nela tocaram
discos de Adoniran Barbosa (1910-1982), artista que retratou a cidade de São
Paulo numa época de crescente industrialização e imigração intensa. Agora, Samba
do Arnesto, Trem das Onze, Saudosa Maloca e As
Mariposa estão na ponta da língua dos pequenos da pré-escola. O
responsável é o professor Roberto Schkolnick, que elaborou um projeto didático
sobre o tema, realizado ao longo de sete meses. Durante as atividades, a classe
tocou vários instrumentos, ouviu e cantou as músicas da época de seus avós e
bisavós e aprendeu sobre o contexto em que foram compostas.
Clélia Cortez, selecionadora do
Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, ressalta o espaço dado às situações de
escuta. Segundo a especialista, é mais comum nas aulas o momento de cantar do
que o de ouvir prestando atenção nos detalhes das canções. Schkolnick mostrou
para as crianças diversas obras do artista e escolheu trechos como
"As mariposa, quando chega o frio, fica dando vorta em vorta da lâmpida pra
se esquenta" e "O Arnesto nos convidouprum samba,
ele mora no Brás, nóis fumo e num encontremo ninguém, nóis
vortemo com uma baita de uma reiva" para serem
cantados e analisados. Elas discutiram sobre palavras que não conheciam ou
sobre aquelas que, para eles, nem existiam, como "encontremo" ou
"reiva". Identificaram também que o "quais, quais, quais, quais"
é introdução do Samba do Arnesto. "Eles me perguntavam se o
Adoniran não sabia falar direito. Com isso, discutimos sobre o efeito que o
cantor produziu", conta o professor.
Outra etapa planejada pelo docente
foi a da criação. Os pequenos puderam gravar o que cantaram. Em seguida,
ouviram a voz de todos e analisaram quais cantavam alto demais, quais não eram
ouvidos e que pontos precisavam ser ajustados. A vivência com os instrumentos
teve outro desdobramento. O professor propôs que eles experimentassem tocar o
triângulo e representassem no papel aqueles diferentes sons. Eles se alternaram
entre tocar e desenhar e o resultado foram notações muito interessantes, em que
conseguiam diferenciar os sons mais curtos (com pontinhos) e longos (com
tracinhos), com estilos desenvolvidos por cada criança.
"Ao ouvir um impulso sonoro,
pode-se transpor o som percebido para outra linguagem", explica Clélia.
"As crianças colocam no papel o que a percepção auditiva identificou,
formando um primeiro tipo de registro musical." Isso é muito diferente de
ensinar partituras convencionais, mas é uma maneira de fazer com que elas
compreendam que o som pode ser transformado em, por exemplo, desenho. Em Música
na Educação Infantil (208 págs., Ed. Peirópolis, tel. 11/ 3816-0699,
49 reais), Teca Alencar de Brito lembra que é importante considerar legítimo o
modo como as crianças se relacionam com os sons e os silêncios. Só assim, de
acordo com ela, a construção do conhecimento ocorre em contextos
significativos, que incluam criação, elaboração de hipóteses, descobertas,
questionamentos, experimentos etc.
Os pais dos alunos foram parceiros
importantes: um deles levou a vitrola e outros compartilharam discos e livros
sobre o artista e sua época, reunindo um acervo completo para pesquisa. O
professor deixou que a turma manuseasse os objetos, leu textos e mostrou
imagens que pudessem ajudar na compreensão do contexto em que as músicas foram
feitas. As crianças tiveram contato com a imigração e a industrialização de São
Paulo por meio dos sambas de Adoniran e do material reunido.
No fim, as diferentes etapas do
trabalho foram organizadas em um songbook - livro contendo
letras das músicas, fotos e textos com a história do artista, acompanhado de um
CD com a gravação das canções de Adoniran na voz das crianças."
Taí! Uma ótima alternativa que abrange vários temas importantes; a introdução á musicalidade, a importância de um grande compositor como Adoniran Barbosa para a nossa cultura e também para o contexto histórico da nossa capital, a integração e interação entre os alunos por meio da troca e compartilhamento de estudantes. Tudo isso de forma didática, educativa e acima de tudo divertida!
Fonte: http://migre.me/dBTqo
Até o próximo post!
Gabriela Novais.
Concordo com sua opinião, Gabriela. Como professora de inglês, sempre tento abordar a cultura americana e inglesa através de canções que marcaram época; além de trazer cultura pra sala de aula, pode-se abordar vocabulário, expressões e construção de sentenças.
ResponderExcluirA música ajuda a afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de ser um forte desencadeador de emoções.
ResponderExcluirPalloma
Música e sala de aula a combinação perfeita de um aprendizado prazeroso e significativo para o aluno.
ResponderExcluirComo musicista, aprendo diversas forma de inserir a música no ensino regular e de suas melhorias, mas sinceramente, discordo da forma como esta sendo feita. Uma escola que não apresenta estrutura suficiente nem para abrigar as disciplinas regulares, muitas vezes, não deve se propor a novas matérias. Essa inserção deve acontecer com a valorização da musica local, do conhecer seus estilos e saber analisar as musicas (intertextualizando com interpretação), mas ensinar a tocar com um ensino precario em diversos pontios basicos é algo errado, na minha opinião.
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