domingo, 10 de março de 2013

Música na pré-escola para ouvir, cantar e tocar

Quem aí não gosta de música, não é mesmo? Esse é, com certeza, um assunto que desperta o interesse e os ouvidos de todos. Pois, então, esse é o tema do post de hoje!
A reportagem, retirada do site da revista Nova Escola, aborda o tema, seu impacto em sala de aula e a resposta dos alunos á música.

"Ao ouvir as músicas de Adoniran Barbosa, as crianças identificaram os elementos que as compõem, como os refrões e a introdução."

"A vitrola foi bastante usada nas aulas de Música da Escola Jacarandá, na capital paulista. Nela tocaram discos de Adoniran Barbosa (1910-1982), artista que retratou a cidade de São Paulo numa época de crescente industrialização e imigração intensa. Agora, Samba do ArnestoTrem das OnzeSaudosa Maloca As Mariposa estão na ponta da língua dos pequenos da pré-escola. O responsável é o professor Roberto Schkolnick, que elaborou um projeto didático sobre o tema, realizado ao longo de sete meses. Durante as atividades, a classe tocou vários instrumentos, ouviu e cantou as músicas da época de seus avós e bisavós e aprendeu sobre o contexto em que foram compostas. 

Clélia Cortez, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, ressalta o espaço dado às situações de escuta. Segundo a especialista, é mais comum nas aulas o momento de cantar do que o de ouvir prestando atenção nos detalhes das canções. Schkolnick mostrou para as crianças diversas obras do artista e escolheu trechos como "As mariposa, quando chega o frio, fica dando vorta em vorta da lâmpida pra se esquenta" e "O Arnesto nos convidouprum samba, ele mora no Brás, nóis fumo num encontremo ninguém, nóis vortemo com uma baita de uma reiva" para serem cantados e analisados. Elas discutiram sobre palavras que não conheciam ou sobre aquelas que, para eles, nem existiam, como "encontremo" ou "reiva". Identificaram também que o "quais, quais, quais, quais" é introdução do Samba do Arnesto. "Eles me perguntavam se o Adoniran não sabia falar direito. Com isso, discutimos sobre o efeito que o cantor produziu", conta o professor. 

Outra etapa planejada pelo docente foi a da criação. Os pequenos puderam gravar o que cantaram. Em seguida, ouviram a voz de todos e analisaram quais cantavam alto demais, quais não eram ouvidos e que pontos precisavam ser ajustados. A vivência com os instrumentos teve outro desdobramento. O professor propôs que eles experimentassem tocar o triângulo e representassem no papel aqueles diferentes sons. Eles se alternaram entre tocar e desenhar e o resultado foram notações muito interessantes, em que conseguiam diferenciar os sons mais curtos (com pontinhos) e longos (com tracinhos), com estilos desenvolvidos por cada criança. 

"Ao ouvir um impulso sonoro, pode-se transpor o som percebido para outra linguagem", explica Clélia. "As crianças colocam no papel o que a percepção auditiva identificou, formando um primeiro tipo de registro musical." Isso é muito diferente de ensinar partituras convencionais, mas é uma maneira de fazer com que elas compreendam que o som pode ser transformado em, por exemplo, desenho. Em Música na Educação Infantil (208 págs., Ed. Peirópolis, tel. 11/ 3816-0699, 49 reais), Teca Alencar de Brito lembra que é importante considerar legítimo o modo como as crianças se relacionam com os sons e os silêncios. Só assim, de acordo com ela, a construção do conhecimento ocorre em contextos significativos, que incluam criação, elaboração de hipóteses, descobertas, questionamentos, experimentos etc.

Os pais dos alunos foram parceiros importantes: um deles levou a vitrola e outros compartilharam discos e livros sobre o artista e sua época, reunindo um acervo completo para pesquisa. O professor deixou que a turma manuseasse os objetos, leu textos e mostrou imagens que pudessem ajudar na compreensão do contexto em que as músicas foram feitas. As crianças tiveram contato com a imigração e a industrialização de São Paulo por meio dos sambas de Adoniran e do material reunido.

No fim, as diferentes etapas do trabalho foram organizadas em um songbook - livro contendo letras das músicas, fotos e textos com a história do artista, acompanhado de um CD com a gravação das canções de Adoniran na voz das crianças."

Taí! Uma ótima alternativa que abrange vários temas importantes; a introdução á musicalidade, a importância de um grande compositor como Adoniran Barbosa para a nossa cultura e também para o contexto histórico da nossa capital, a integração e interação entre os alunos por meio da troca e compartilhamento de estudantes. Tudo isso de forma didática, educativa e acima de tudo divertida!

Fonte: http://migre.me/dBTqo

Até o próximo post!
Gabriela Novais.



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4 comentários:

  1. Concordo com sua opinião, Gabriela. Como professora de inglês, sempre tento abordar a cultura americana e inglesa através de canções que marcaram época; além de trazer cultura pra sala de aula, pode-se abordar vocabulário, expressões e construção de sentenças.

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  2. A música ajuda a afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de ser um forte desencadeador de emoções.

    Palloma

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  3. Música e sala de aula a combinação perfeita de um aprendizado prazeroso e significativo para o aluno.

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  4. Como musicista, aprendo diversas forma de inserir a música no ensino regular e de suas melhorias, mas sinceramente, discordo da forma como esta sendo feita. Uma escola que não apresenta estrutura suficiente nem para abrigar as disciplinas regulares, muitas vezes, não deve se propor a novas matérias. Essa inserção deve acontecer com a valorização da musica local, do conhecer seus estilos e saber analisar as musicas (intertextualizando com interpretação), mas ensinar a tocar com um ensino precario em diversos pontios basicos é algo errado, na minha opinião.

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